Saiba quem foram os unicistas famosos na historia da Igreja
No começo da pregação do evangelho no mundo, os cristãos foram vitimas de grandes perseguições, Jesus e todos os seus apóstolos foram assassinados pela pregação do evangelho, assim como outros milhões de mártires, nas mãos do romanos.
Curiosamente, em determinado momento da historia, uma das facções presentes no cristianismo, foi aceita por Roma como a religião oficinal do estado, mas isso não representou o fim da perseguição dos cristãos, e sim que agora, a nova religião que seria conhecida como Igreja Católica, promoveria genocídios contra outros grupos, em especial contra grupos antitrinitários, como os arianos e também contra os modalistas que também são conhecidos como unicistas.
Mesmo com banho de sangue, limpeza cultural, destruição de materiais acadêmicos e históricos de outros grupos, existem na historia conhecida, pensadores que defenderam a unicidade de Deus em vários momentos, seja na idade media, como nos últimos séculos.
Arte ilustrada da perseguição e matança de cristãos pelos romanos |
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Quem foi Sabelio?
Sabelio foi um líder religioso que surgiu no terceiro século d.C., na região da Líbia, na África. Ele é conhecido por sua defesa da unicidade de Deus, uma crença cristã que negava a doutrina da Trindade, afirmando que Deus era uma única pessoa que se manifestava em três modos diferentes - como Pai, Filho e Espírito Santo - em diferentes momentos da história da salvação.
Sabelio também é conhecido por sua controvérsia com o bispo Vítor I de Roma, que o excomungou acusando de herético, Sabelio defendia sua doutrina argumentando que era a única maneira de preservar a unicidade de Deus e que a Trindade era uma invenção pagã que não tinha base bíblica, destaco que temos um estudo completo sobre a origem e desenvolvimento da trindade.
Sabelio teve apoio popular em seu tempo?
Sabemos que ele conseguiu atrair um número significativo de seguidores que defendiam sua doutrina unicista, a qual negava a doutrina da Trindade. Sabelio e seus seguidores acreditavam que a Trindade era uma invenção humana e que a verdadeira doutrina cristã afirmava a unicidade de Deus.
Apesar de ter seguidores, a doutrina de Sabelio foi amplamente considerada uma heresia pela igreja católica, que afirmava a doutrina da Trindade como central para a fé cristã, embora nem seja correto descrever a atual crença convencional da trindade, como a presente naqueles tempos, uma vez, que a crença trinitária como conhecemos hoje, só terminou seu desenvolvimentos, séculos posteriores a Sabelio.
Até os tempos de Sabelio, alguns registros apontam que a grande maioria dos cristãos, favoreciam seus pensamentos, mas já nesse tempo, já existia entre os cristãos, tendências de aproximação entre o grupo que acreditava em uma tríade divina, e o governo romano, que traria inícios a grandes perseguições contra os chamados modalistas.
Criamos um artigo completo sobre Sabelio que pode ser um adicional ao tema.
Do Concílio de Nicéia ao início da Idade Média
No ano 336, é convocado um sínodo em Constantinopla, onde Marcelo de Ancyra foi exilado pela Igreja Católica, acusado de sabelianismo devido a sua crença unicista. O livro que o tornou famoso foi seu tratado contra o ariano Asterius , que foi a mais importante de suas obras. Infelizmente, nem sabemos o título, pois foram varridos da historia pela perseguição católica. Em um concílio realizado em Sardica no ano 343, foi assegurado que Marcelo acreditava que o Verbo (ou Logos) era o desígnio eterno de Deus para o homem, portanto, o Verbo só começou a ser Filho a partir da encarnação (pois o Filho é o Verbo feito carne). Desta forma, Marcelo contrariava a posição da Igreja Católica, de que o Verbo (A Palavra) era uma pessoa eterna que estava com Deus desde a eternidade. Marcelo também escreveu outras obras contra os arianos, mas nenhuma delas sobreviveu, todas varridas e queimadas da historia pelos perseguidores católicos.
Uma leitura adicional 📚útil: 15 Perguntas sobre a trindade que são impossível de responder.
Photinus de Sirmium, foi discípulo de Marcelo de Ancyra. Photinus considerou o Logos como a faculdade de Deus de se revelar ou se dar a conhecer ao homem. Ele enfatizou que não havia "Filho Trinitário" ou "Filho Eterno", pois o Filho não existia antes de ser gerado na Virgem Maria, porque na Bíblia o Filho de Deus é entendido como a manifestação de Deus na carne como Cristo., ou homem perfeito. Contra ele escreveu Audiencio, um bispo católico espanhol, cujo livro se chamava De fide aversus omnes haereticos, chamava seus seguidores de fotinianos (também conhecidos como bonosíacos). O Concílio de Sirmio, realizado em 351 DC. C. anátemas foram lançados contra Photinus e seus seguidores.
No ano 385, ou hispânico Prisciliano (aprox. 340-385), foi torturado e decapitado junto com alguns de seus seguidores. A acusação contra Prisciliano era que ele não aceitava o dogma de um Deus feito de pessoas divinas e se alinhava com as posições unicistas.
Movimentos alinhados ao modalismo na Idade Média
Alguns escritores modernos de orientação pentecostal encontram evidências de que a doutrina modalista existia entre os Priscilianistas (c. 350-c. 700), os Euchytes (c. 350-c. 900), os Bogomilos (c. 900-c. 1400) e os cátaros (c. 1000-1500).
Alguns teólogos medievais tiveram que enfrentar acusações de modalismo por parte das autoridades eclesiásticas da época. Assim, por exemplo, Pedro Abelardo (1079-1142), que fundou e dirigiu a Universidade de Paris, foi acusado de sabelianismo após a publicação de sua obra Theologia Summi Boni . Condenado em um sínodo provincial realizado em Soissons em 1121 , ele teve que queimar publicamente seu livro e se retirar para um convento.
Noetos
Noetos (também conhecido como Noeto ou Noetiano) foi um líder religioso que viveu no terceiro século d.C. e que ficou conhecido por suas ideias consideradas heréticas pela igreja cristã da época. Ele defendia uma doutrina conhecida como "modalismo sabeliano", que negava a doutrina da Trindade e afirmava que Deus era uma única pessoa que se manifestava de diferentes modos, como Pai, Filho e Espírito Santo, em diferentes momentos da história da salvação.
Noetos ensinava que Jesus não era uma pessoa separada de Deus, mas sim uma manifestação temporária do próprio Deus. Ele acreditava que, antes de Jesus, Deus se manifestou como Pai, e que depois de Jesus, Deus se manifestou como Espírito Santo. De acordo com Noetos, a doutrina da Trindade era uma invenção humana que contradizia a verdadeira natureza de Deus.
As ideias de Noetos foram condenadas como heréticas pelos líderes católicos da época, que afirmavam a doutrina da Trindade como central para a fé católica, sendo ela a a igreja central do cristianismo. Noetos foi excomungado da igreja por suas ideias consideradas contrárias à ortodoxia católica cristã e já aceitas dentro do império. Suas ideias, no entanto, continuaram a ter seguidores ao longo dos séculos.
Praxeas
Praxeas foi um teólogo cristão do segundo século d.C. que defendeu a unicidade de Deus, que negava a existência de três pessoas distintas na divindade (Pai, Filho e Espírito Santo). Segundo Praxeas, Deus é uma única pessoa que se manifesta de diferentes maneiras em diferentes momentos.
Praxeas acreditava que a distinção entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo era apenas uma questão de modo de ser, e não de ser substancial. Ele afirmava que, durante a encarnação de Jesus, Deus se manifestou como Filho, mas que essa manifestação não implicava na existência de duas pessoas distintas na divindade.
As ideias de Praxeas foram condenadas como heréticas pelos líderes da igreja cristã, que afirmavam a doutrina da Trindade como central para a fé cristã. Tertuliano, um dos principais oponentes de Praxeas, escreveu uma obra chamada "Contra Praxeas" em que refutava as ideias do teólogo..
Pensadores unicistas na idade media
A doutrina unicista (também conhecida como modalista e sabelianismo) teve alguns defensores durante a Idade Média. Embora a maioria dos teólogos medievais tenha rejeitado o modalismo como herético e contrário à doutrina da Trindade, visto que já era por séculos na historia, conhecida vários expurgos contra grupos opositores, em especial a de unicistas, tiveram alguns pensadores que tentaram reconciliar as ideias de Sabelio com a doutrina cristã.
Um exemplo é João Escoto Erígena, um teólogo e filósofo irlandês do século IX que defendeu uma forma de unicidade de Deus, que afirmava que Deus era uma única substância, mas que se manifestava em três pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo. Essa ideia foi condenada como herética pelos líderes da igreja, mas teve alguma influência em teólogos posteriores.
Outro exemplo é Miguel de Bayeux, um teólogo francês do século XII que defendeu uma forma de Unicidade de Deus, que afirmava que Deus era uma única pessoa que se manifestava em diferentes modos, mas que não se manifestava simultaneamente como Pai, Filho e Espírito Santo. Assim como pensadores anteriores, suas ideias foram condenadas pelos lideres da igreja católica.
Os pioneiros do adventimos eram modalistas?
Não é correto afirmar que todos os pioneiros do adventismo eram modalistas, pois as crenças e opiniões dos primeiros líderes adventistas foram variadas e evoluíram ao longo do tempo.
No início da história adventista, alguns líderes como James White, J.N. Andrews e Uriah Smith tendiam a rejeitar a doutrina da Trindade e acreditavam em uma única pessoa divina que se manifestava de diferentes formas. No entanto, Ellen G. White, a principal profetisa e líder espiritual da Igreja Adventista do Sétimo Dia, aceitava a doutrina da Trindade e defendia a crença em três pessoas distintas na divindade. Embora ela própria, fez referencia a doutrina da trindade, como "doutrina estranha" assim como outros lideres adventistas, o que por muito tempo, causou múrmuros sobre como evoluiria o movimento.
Devido as criticas, e medo da perseguição, com o tempo, a crença na Trindade se tornou a visão predominante na Igreja Adventista do Sétimo Dia, e atualmente é considerada uma das crenças fundamentais da denominação. Portanto, embora alguns pioneiros adventistas possam ter mantido visões modalistas no início, a crença na Trindade se tornou a posição oficial da igreja.
Os pioneiros da assembleia de deus eram modalistas?
Sim, é correto afirmar que os pioneiros da Assembleia de Deus no Brasil eram modalistas. A Assembleia de Deus foi fundada no Brasil em 1911 pelos missionários suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren, que eram seguidores da doutrina unicista.
Na época, a doutrina da Trindade não era bem estabelecida entre os evangélicos brasileiros, e muitos líderes religiosos rejeitavam a ideia de três pessoas distintas na divindade. Berg e Vingren trouxeram para o Brasil a crença no modalismo, que acreditava em uma única pessoa divina que se manifestava de diferentes formas em diferentes momentos.
Ao longo dos anos, a Assembleia de Deus no Brasil evoluiu e sua posição sobre a Trindade mudou. Em 1918, a denominação passou a aceitar a doutrina da Trindade e a rejeitar o modalismo. Atualmente, a crença na Trindade é considerada fundamental pela Assembleia de Deus e é a visão predominante na denominação.
Conclusões finais e observações
É notável que crenças unicista, ou a presença de unicistas, foi comum na formação de vários grupos religiosos na historia cristã, mas é importante ressaltar, que não crer na trindade é um tabu, pois fato é que as principais crenças cristãs, e principalmente, as que foram apadrinhadas por governos mundiais, eram trinitárias, como os anglicanos, e sua influencia no Reino Unido, assim como os luteranos e sua influencia dentro da Alemanha e outros países na idade media.
Curiosamente, não foram só os católicos que promoveram inquisições, a inquisição protestante foi muito atuante, seja contra movimentos antitrinitários, como também por questões étnicas e raciais.
Da mesma forma, muitos grupos pentecostais, quando surgiram nasceram questionando e confrontando a crença trinitária, mas o medo de um isolamento completo, e ataques contra suas reputações, fizeram muitos grupos, iniciarem acreditando na unicidade de Deus, mas em determinado momento, cedendo a pressão externa de apologistas de grandes instituições religiosas, e recorrendo as correntes trinitárias.
No caso de grupos na idade media, e mesmo antes, a motivação disso, era a sobrevivência, pois muitos morreram por questionar a trindade, e defender a unicidade de Deus.
Dessa forma, quando os trinitários disserem que os unicistas são a minoria, lembre-se que isso tem um contexto histórico, e uma razão por trás dos números, começando por apadrinhamentos políticos, até genocídios, curiosamente os perseguidores dos primeiros cristãos, foram os seus próprios irmãos judeus, e também os pagãos romanos, mas passado o tempo, os próprios cristãos se tornaram romanos, e perseguiram outros cristãos, pense nisso.
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