Um reino teocrático e cristão na cidade de Jerusalém
Algo pouco ensinado nas escolas, mesmo em conteúdos religiosos voltados para o cristianismo, vemos pouca divulgação de momentos históricos, principalmente na idade media, e um dos períodos que a grande maioria dos cristãos atuais nem sabem que ocorreu, é o período onde reis cristãos governaram a terra que hoje é chamada Israel.
O que foi o Reino Cristão de Jerusalém?
O Reino de Jerusalém foi um estado cruzado estabelecido na Terra Santa (atual Israel e Palestina) em 1099, após a Primeira Cruzada. Foi fundado pelos cruzados ocidentais com o objetivo de reconquistar a Terra Santa, que havia sido tomada pelos muçulmanos no século VII. O reino foi governado por uma série de reis cruzados, incluindo Godofredo de Bouillon, Balduíno I e Balduíno IV.
Representação cinematográfica do rei leproso, Balduino IV, defensor de Jerusalém |
O Reino de Jerusalém existiu por quase dois séculos, até ser conquistado pelos muçulmanos derrotados pelo sultão Saladino em 1187. O reino foi restaurado brevemente em 1229 através do Tratado de Jaffa, mas acabou sendo completamente destruído em 1291, com a queda da cidade costeira de Acre, o último reduto dos cruzados na Terra Santa.
Durante o período de sua existência, o Reino de Jerusalém foi um importante centro de cultura e comércio, e deixou um legado significativo na história da região e na cultura ocidental.
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Um fato importante é que durante o período em que o reino durou, muçulmanos e judeus tinham liberdades civis e religiosas, e em muitos momentos viveram em harmonia, com muitos judeus retornando para a região naquele período.
Bandeira do Reino Cristão de Jerusalém |
Como era a relação entre judeus, cristãos e muçulmanos durante o reino de Jerusalém?
A relação entre judeus, cristãos e muçulmanos no Reino de Jerusalém foi bastante complexa e variada ao longo dos dois séculos de sua existência. Em geral, pode-se dizer que houve períodos de convivência e tolerância, bem como momentos de conflito e intolerância religiosa.
Principalmente devido a constantes invasões de tribos muçulmanas contra a região, o que levou a sangrentas guerras, e uma importante resistência cristã e judaica contra os invasores muçulmanos.
Representação artística das cruzadas |
No início do reino, os cristãos, que eram a maioria da população, impuseram sua hegemonia sobre judeus e muçulmanos. No entanto, as três religiões coexistiram dentro do reino, e judeus e muçulmanos eram permitidos a praticar sua fé livremente, embora com algumas restrições. Alguns judeus foram autorizados a retornar a Jerusalém, mas não puderam entrar na Cidade Velha, onde permaneceram os locais sagrados cristãos.
Durante o reinado do rei Balduíno II, houve um período de tolerância religiosa e os judeus foram autorizados a viver e praticar sua fé na Cidade Velha. No entanto, sob o reinado de Balduíno IV, houve um aumento na perseguição aos judeus e muçulmanos, incluindo a destruição de mesquitas e sinagogas.
Já na época de Saladino, o sultão muçulmano que conquistou o Reino de Jerusalém, houve um gesto de tolerância religiosa quando permitiu que os cristãos realizassem peregrinações aos locais sagrados em Jerusalém. No entanto, a conquista muçulmana também marcou o fim do reino cristão e uma nova era de controle muçulmano sobre a região.
Em resumo, a relação entre judeus, cristãos e muçulmanos no Reino de Jerusalém foi marcada por períodos de tolerância e convivência, bem como momentos de conflito e intolerância religiosa.
Porque os muçulmanos invadiram o reino de Jerusalém?
Os muçulmanos invadiram o Reino de Jerusalém por várias razões. A primeira delas foi uma disputa pelo controle da Terra Santa, que era considerada sagrada tanto para muçulmanos quanto para cristãos. Desde a conquista muçulmana da região no século VII, Jerusalém havia sido governada por sucessivos impérios muçulmanos, incluindo os abássidas, os fatímidas e os seljúcidas. Quando os cruzados cristãos estabeleceram o Reino de Jerusalém em 1099, isso foi visto pelos muçulmanos como uma invasão e uma violação de sua soberania histórica sobre a região.
Outro fator que contribuiu para a invasão muçulmana foi a crescente unificação política dos muçulmanos sob o comando de líderes como Zangi, em Alepo, e Saladino, no Egito. Esses líderes viam a reconquista da Terra Santa como uma maneira de unir os muçulmanos sob uma causa comum e aumentar sua própria influência política na região.
Além disso, havia uma forte motivação religiosa por trás da invasão. Tanto Zangi quanto Saladino eram muçulmanos devotos e acreditavam que a reconquista da Terra Santa era uma obrigação religiosa para todos os muçulmanos. Eles também acreditavam que a conquista da Terra Santa seria uma maneira de expulsar os "infiéis" cristãos da região e afirmar a supremacia da Islã.
Em resumo, os muçulmanos invadiram o Reino de Jerusalém por razões políticas, religiosas e culturais. Eles viam a reconquista da Terra Santa como uma maneira de recuperar sua soberania histórica sobre a região, unificar os muçulmanos sob uma causa comum e afirmar a supremacia da Islã sobre outras religiões.
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