Por que as igrejas brasileiras são contra o comunismo?
Decidi criar um artigo para abordar o conflito entre os movimentos de esquerda e as igrejas cristãs no Brasil. Meu objetivo é explicar, de forma clara e objetiva, os motivos pelos quais o comunismo não é amplamente aceito entre os grupos cristãos. Além disso, também pretendo desmistificar algumas ideias, apresentando mentiras e verdades sobre a relação entre comunismo e fé cristã, para que todos compreendam os aspectos por trás desse embate.
Desde o século III e IV, a Igreja Cristã sempre esteve envolvida com a política.
Constantino foi um imperador romano do quarto seculo da era cristã, e foi quem promoveu a liberdade religiosa dos cristãos, pois ele escolheu uma das muitas ramificações cristãs que existiam na época e tornou-a oficial e passou a perseguir as demais, ele infiltrou a politica na religião cristã, quando passou a comissionar os bispos e lideres das igrejas para que servissem a igreja cristã oficial adotada pelo Império, ou seja, a igreja católica, que ainda estava em desenvolvimento, desde então a igreja passou a estar lado a lado com as decisões de seus governantes, e conforme as eras isso foi se desenvolvendo, a ponto que a igreja católica tornou-se o próprio estado romano.
Então todos podem pensar, o que isso tem haver com o comunismo e a fé cristã? pois bem, com o desenvolvimento do texto tudo irá tornar-se luz, e de mais fácil entendimento.
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| A instauração do Estado-Igreja |
Lutero, Calvino, Jacob Armínio e os Reformistas
Durante a transição do século XIII para o século XIV, começaram a surgir fissuras no domínio romano sobre o mundo ocidental. Países como Alemanha e Inglaterra se opunham ao controle exercido pelo Império Romano e pela Igreja Católica em suas decisões governamentais. Essa insatisfação se manifestou em diversos movimentos históricos, como o de Jan Huss, conhecido como o "Ganso", e a oposição de grupos como os Godos, liderados por Úlfilas, que traduziu partes da Bíblia para o gótico. Contudo, esses grupos cristãos que se opunham à Igreja Católica eram frequentemente exterminados, já que não eram reconhecidos como religiões oficiais pelo Estado.
Com o surgimento de teólogos e pensadores como Lutero e outros reformistas, o domínio da Igreja Católica foi enfraquecido. Isso abriu caminho para que países como Alemanha, Inglaterra e outros se libertassem do controle romano e da influência católica. Os reformistas passaram a ser vistos como heróis pelos movimentos políticos locais. Antes, o conceito de “igreja-Estado” era limitado à Igreja Católica. Com a Reforma, novas “igrejas-Estado” começaram a surgir, como os Luteranos na Alemanha e os Anglicanos na Inglaterra, além de outros movimentos espalhados por toda a Europa. Tornou-se, então, essencial a criação de igrejas locais para atender ao sistema teocrático em cada região.
A Revolução de Karl Marx e a Crescente do Socialismo
Karl Marx foi um filósofo, sociólogo, jornalista e revolucionário socialista, sendo o principal desenvolvedor do socialismo, cujas ideias tiveram grande impacto, especialmente na Rússia. Diferentemente do que muitos afirmam, a Rússia, também conhecida como a antiga União Soviética, não é um país historicamente contra o cristianismo, mas sim predominantemente cristão.
Inclusive, até os dias de hoje, algumas práticas e comportamentos que vão contra valores tradicionais cristãos, como a homossexualidade, são proibidos por lá. Isso contrasta com o Brasil, onde os movimentos socialistas se aproximaram significativamente de grupos liberais e militâncias de gênero — algo que parece ser uma particularidade brasileira, não encontrada em outras partes do mundo.
Os movimentos comunistas ou socialistas (como preferirem chamar) não promovem valores políticos tradicionais ligados à religião, como uma relação mais próxima entre igreja e estado. Em algumas correntes de pensamento comunistas, há até ideias que refletem características extremas do catolicismo imperial romano, onde o estado adota apenas uma vertente religiosa. Esse fenômeno ocorreu inclusive na Rússia em determinados períodos do passado.
Portanto, o que pode ser afirmado é que a igreja teme o fortalecimento de certas vertentes do comunismo no Brasil. Caso um grupo extremista ganhe força, isso poderia resultar em consequências severas para as diversas denominações cristãs existentes no país.
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| Russia, meados do seculo 19 |
O Capitalismo Extremo Tende ao Mesmo Perigo
É importante compreender que tanto o capitalismo quanto o comunismo, quando não levados ao extremo, podem ser sistemas de governo positivos ou negativos. O capitalismo extremo leva a uma desigualdade gigantesca e a uma exploração sem precedentes. Por outro lado, o comunismo extremo resulta em um sistema miserável e autoritário.
Certa vez, tive a infelicidade de presenciar os bastidores de algumas redes de fast-food, onde toneladas de pães, carnes, batatas e outros alimentos eram descartadas como lixo. Enquanto isso, existem países inteiros consumidos pela fome, cujos habitantes dariam tudo por um pedaço daqueles alimentos descartados.
No continente africano, por exemplo, há pessoas que, em situações de extrema necessidade, misturam barro com azeite para se alimentar. No próprio Brasil, ainda existem regiões assoladas pela fome, onde cidadãos dependem de programas sociais do governo, como o Bolsa Família, devido à falta de empregos ou ao fato de estarem em áreas secas e sem desenvolvimento.
Acredito que, se o socialismo funcionasse plenamente, poderia eliminar a fome e a desigualdade social. Contudo, surgiria outro problema: muitas pessoas não se esforçariam para melhorar ou contribuir, levando a uma situação em que trabalhadores dedicados e esforçados ganhariam o mesmo que aqueles que não trabalham ou se empenham.
Dessa forma, pela minha perspectiva, o sistema mais justo seria um capitalismo que incorpora alguns valores socialistas. Ou seja, unir as melhores características de ambos os sistemas para criar um modelo mais justo e equilibrado para todos.
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| Lixos de restaurantes, mercados e Fast foods |
Comunismo e Capitalismo: Dois Extremos para o Mesmo Fim
O extremismo de direita, ou capitalista (como preferir chamar), no passado, foi responsável por genocídios, como os promovidos por Hitler e Mussolini. Outros movimentos de direita ao longo da história também surgiram como extremistas e resultaram em inúmeras mortes. Da mesma forma, o extremismo de esquerda causou incontáveis perdas de vidas. Países como Venezuela e Rússia, que de certa forma seguem movimentos de esquerda, enfrentam duras sanções e interferências externas. Essas ações acabam gerando crises internas, afetando principalmente os mais carentes.
No entanto, essas crises não estão diretamente relacionadas à escolha de um lado político ou ideológico, mas sim a uma "guerra financeira", onde, naturalmente, o lado mais fraco sucumbe. No caso da Venezuela, por exemplo, o país enfrenta uma situação de desgraça, sendo uma nação isolada contra o restante do mundo.
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| Vitima da extrema pobreza no Brasil |
Considerações sobre o Comunismo e a Igreja Cristã na Atualidade
Desde o início da teocracia cristã, promovida por Constantino, os cristãos que sobreviveram à perseguição religiosa do Império Romano passaram a ser acolhidos pelos governantes e, em certa medida, comissionados. Com isso, a igreja cristã passou a se sustentar, de forma significativa, através do capitalismo. Podemos observar isso no chamado "mercado gospel", que envolve vendas de CDs, camisetas, shows e grandes espaços modernos conhecidos como templos. Assim, é compreensível que a igreja cristã defenda vigorosamente seu mantenedor, que hoje é representado pelo capitalismo.
No entanto, é importante reconhecer que isso não é uma regra universal. Caso fosse o comunismo a fonte de sustentação das instituições religiosas, certamente o oposto ocorreria: as instituições religiosas cristãs tenderiam a defender o comunismo.
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| Templo de Salomão |
Opinião do Blog
Não acredito que o capitalismo ou o comunismo sejam sistemas perfeitos. Como demonstram os fatos históricos, o capitalismo pode ser explorador e até letal: enquanto alguns morrem de fome sem oportunidades, outros descartam toneladas de alimentos. Por outro lado, o comunismo frequentemente resulta em miséria, com o poder corrompendo seus governantes ou gerando nações inimigas que impõem boicotes financeiros, como sanções. Isso, inevitavelmente, leva o povo à desgraça ou a regimes autoritários.
Acredito que a melhor solução seria uma mescla entre capitalismo e alguns valores do socialismo. Um sistema onde a desigualdade social e a corrupção sejam combatidas, mas que também garanta a liberdade religiosa. No entanto, manter esse equilíbrio é extremamente difícil — para ser honesto, talvez até impossível.
O propósito deste artigo não é criticar lados, mas sim expor que ambos os sistemas têm suas limitações. Não existe um sistema perfeito nos dias de hoje. Infelizmente, no meio cristão, tem se disseminado uma mensagem que incita o ódio contra os comunistas. Contudo, o ódio não é a solução, pois apenas gera mais crises e alimenta ainda mais ódio.
Atualmente, estamos sofrendo com a polarização política, especialmente em países de língua portuguesa. No Brasil, por exemplo, figuras como Bolsonaro, Aécio e outros têm promovido a disseminação de mensagens de ódio político. Naturalmente, a esquerda responde com mais ódio, gerando conflitos e dividindo o país.
Leitura recomendada:
🔖 Visão geral histórica da política no Brasil.
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